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Saiba mais sobre a doença valvar degenerativa

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O que é Endocardiose?

Por Giovana Laís Ruviaro Tuleski, DVM, MS

A Endocardiose é a doença cardíaca mais comum em cães, principalmente aqueles de pequeno porte, embora também acometa cães de raças grandes. É uma anormalidade genética que resulta em um defeito no colágeno, tornando espessadas as cúspides da valva mitral, que está situada no lado esquerdo do coração, entre o átrio o ventrículo.

Devido ao seu espessamento, a valva não se fecha corretamente durante a sístole e, ao invés de todo o sangue ser bombeado para a aorta, uma parte volta ao átrio esquerdo pela abertura na valva, sendo isso denominado regurgitação (ou refluxo). O grau da regurgitação determina a gravidade da doença: quanto maior a quantidade de sangue que volta, maiores as consequências hemodinâmicas.

Em cães, a degeneração da valva normalmente é do tipo mixomatoso, razão pela qual essa doença também pode ser chamada de Degeneração Mixomatosa de Valva Mitral (DMVM). Esse processo de degeneração é crônico e gradual, ou seja, a insuficiência vai aumentando aos poucos, e os sinais de doença cardíaca podem surgir anos depois do início da regurgitação.

O primeiro sinal da insuficiência de mitral é o sopro, auscultado pelo veterinário durante o exame físico. Por isso é importante a vacinação anual, momento em que o veterinário acompanha todos os parâmetros fisiológicos do cão e pode detectar o início da insuficiência, que em cães pequenos normalmente acontece a partir dos 6 ou 7 anos.

Constatado um sopro, o veterinário irá solicitar o exame ecocardiográfico, ultrassom do coração em que serão avaliadas a estrutura e a função cardíacas. Muitas vezes o paciente tem sopro, tem regurgitação, mas o coração está normal, indicando que a doença está na sua fase assintomática inicial. Um dos primeiros sinais de que a insuficiência de mitral está numa fase mais adiantada é a tosse, provocada pela dilatação do átrio esquerdo devido ao contínuo refluxo de sangue, resultando em compressão dos brônquios.

Em cães, a insuficiência de mitral é sempre crônica, mas se o cão não tiver acompanhamento veterinário regular, os sinais da insuficiência de mitral podem surgir subitamente, como forma de emergência respiratória: edema pulmonar. Nesse caso, o cão já apresentava sinais anteriormente (sopro, tosse, intolerância ao exercício, entre outros), mas estes passaram despercebidos pelo seu tutor. Então, a doença acaba sendo diagnosticada quando o coração está descompensado, ou seja, o cão já apresenta insuficiência cardíaca esquerda. O coração não conseguiu bombear o sangue com eficiência e houve acúmulo de líquido na estrutura anterior ao átrio esquerdo, que é o pulmão. Os sinais são bastante aflitivos ao cão e seu tutor: dificuldade respiratória grave, tosse baixa (como se estivesse “afogado”), ansiedade, boca aberta para melhorar a oxigenação, mucosas azuladas (cianose). Trata-se de uma emergência, geralmente ocorre em cães acima de 10 anos (pequeno porte) e requer pronto-atendimento veterinário.

Também é possível que haja insuficiência da valva tricúspide e sua etiologia é a mesma da insuficiência de mitral, sendo muito comum que os cães apresentem espessamento de ambas as valvas. A valva tricúspide situa-se no lado direito do coração, separando átrio e ventrículo direitos. Durante a diástole, a tricúspide se abre, permitindo a entrada de sangue não oxigenado no ventrículo direito, enquanto durante a sístole ela se fecha, direcionando o fluxo de sangue do ventrículo direito para a artéria pulmonar. Quando está degenerada não há fechamento completo, causando regurgitação de sangue para o átrio direito. O contínuo refluxo de sangue para o átrio direito fará com que ele aumente de tamanho e, na sequência, o mesmo ocorrerá com o ventrículo direito. Com a progressão da doença pode haver sinais de insuficiência cardíaca direita, os quais incluem ascite (presença de líquido no abdômen) e efusão pleural (presença de líquido livre na cavidade torácica).

Para auxílio no diagnóstico e na escolha terapêutica da insuficiência de mitral e/ou tricúspide, o Laboratório de Cardiologia Comparada do Hospital Veterinário da UFPR dispõe de dois equipamentos de ecocardiografia, ambos com Doppler, tecnologia que possibilita avaliar a morfologia e função do coração, bem quantificar a velocidade do sangue através das diferentes estruturas cardíacas, além da velocidade do tecido miocárdico (Dopper tecidual). Com os exames ecocardiográficos periódios é possível monitorar adequadamente a doença, instituindo um protocolo terapêutico adequado para cada estágio da endocardiose. Publicada em 24/06/2016

Quem somos?

O Laboratório de Cardiologia Comparada é responsável pelos serviços de cardiologia prestados no Hospital Veterinário da UFPR-Curitiba. Trata-se de equipe que congrega médicos veterinários mestres e doutores, além de estudantes de graduação e pós-graduação envolvidos em atividades de extensão universitária e pesquisa.

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